Páginas

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Olha que Testemunho bonito...

Tornar-se Instrumentos nas Mãos de Deus


Élder Don R. Clarke






Uma pessoa não precisa ter um chamado na Igreja, um convite para ajudar alguém, ou até mesmo saúde para tornar-se um instrumento nas mãos de Deus.






Meu avô materno, Alma Benjamin Larsen, tinha apenas 34 anos de idade quando, ao levantar-se certa manhã, percebeu que não enxergava bem. Logo depois, perdeu a visão completamente. Ele havia servido em uma missão e era membro fiel da Igreja. Era um fazendeiro com uma esposa e três filhos e não poderia imaginar o que seria a vida sem enxergar. A esposa dele e os filhos ainda pequenos tiveram de suportar os fardos extras do trabalho na fazenda, e assim o dinheiro logo ficou escasso.






Durante essa época de escuridão física, muitas pessoas se tornaram instrumentos nas mãos de Deus para ajudar meu avô. Uma experiência de grande impacto na família ocorreu em 1919. Foi um ano de grandes dificuldades financeiras para todos na cidade em que ele morava. Fazendas estavam sendo tomadas e empresas estavam quebrando. Vovô tinha uma hipoteca considerável da fazenda e recebeu um aviso de que deveria pagar 195 dólares para que a execução fosse adiada por mais um ano. Para ele, pagar essa quantia era o mesmo que lhe arrancar um braço. Todos se achavam em situação semelhante e parecia impossível conseguir tanto dinheiro. Reunindo todos os seus bens da fazenda—os cavalos, as vacas e as máquinas—ele não os venderia por 195 dólares. Meu avô pediu a um vizinho que matasse duas ou três vacas e as vendeu junto com outros produtos. Ele vendeu fiado aos vizinhos, entendendo que eles lhe pagariam no final do ano, mas nenhum de seus devedores conseguiu pagar. A situação econômica de sua família era terrível.






Em seu diário, Vovô conta: “Nunca esquecerei aquela fria tarde pouco antes do Natal de 1919. Tudo indicava que perderíamos nossa fazenda. Minha filha, Gladys, entregou-me um pedaço de papel e disse: ‘Isto chegou pelo correio hoje’. Levei o papel até minha esposa e perguntei o que era. Eis o que ela leu para mim: ‘Prezado irmão Larsen, você ocupou meus pensamentos durante todo o dia de hoje. Fiquei imaginando se você não estaria enfrentando dificuldades financeiras. Se estiver, tenho 200 dólares que você pode usar’. Assinava a carta ‘Jim Drinkwater’, que era um homem pequeno e aleijado e que seria o último homem no mundo que alguém imaginaria ter tanto dinheiro disponível. Fui à casa dele naquela noite e ele disse: ‘Irmão Larsen, recebi um telegrama do céu esta manhã e não consegui tirar você da minha mente o dia inteiro. Eu tinha certeza de que você estava com problemas financeiros’. O irmão Drinkwater deu-me os 200 dólares e enviamos 195 dólares para o banco. Com os 5 dólares restantes, compramos botas e roupas para as crianças. O Papai Noel realmente nos visitou naquele ano”.






Meu avô então presta seu testemunho, “O Senhor nunca me falhou. Ele tocou o coração de outros, assim como tocou o coração do irmão Drinkwater. Presto testemunho de que a única segurança e garantia que tenho encontrado advêm de esforçar-me em viver os mandamentos do Senhor e de apoiar as autoridades desta Igreja”.






Tenho pensado muito em Jim Drinkwater e imagino por que ele se tornou alguém em quem o Senhor confiava. Jim era um homem pequeno e aleijado a quem Deus confiou o socorro a um cego que tinha uma dívida enorme e três filhos pequenos. Aprendi muito com essa experiência de meu avô e Jim Drinkwater. Aprendi que uma pessoa não precisa ter um chamado na Igreja, um convite para ajudar alguém, ou mesmo saúde para tornar-se instrumento nas mãos de Deus. Como, então, me torno um instrumento nas mãos de Deus? Os profetas e as escrituras nos ensinam como.






Primeiramente, precisamos amar os filhos de Deus. Quando o advogado perguntou ao Salvador “Mestre, qual é o grande mandamento?”, o Salvador respondeu:






“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.






E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:36–39).






Joseph F. Smith disse: “A caridade, ou amor, é o maior princípio que existe. Se pudermos dar uma ajuda ao oprimido, se pudermos ajudar aos que sofrem e aos desesperançados, se pudermos melhorar e aperfeiçoar as condições da humanidade, nossa missão é fazê-lo; essa é uma parte essencial de nossa religião” (Conference Report, abril de 1917, p. 4). Quando amamos os filhos de Deus, a oportunidade é-nós dada para ajudá-los em sua jornada de volta a Sua presença.






As experiências missionárias dos filhos de Mosias também nos ajudam a compreender melhor como nos tornarmos instrumentos nas mãos de Deus. “E aconteceu que viajaram muitos dias no deserto” (Alma 17:9). Devemos estar dispostos a viajar. Os filhos de Mosias estavam dispostos a sair de seu ambiente e fazer coisas desconfortáveis. Se Amon não estivesse disposto a viajar a uma terra estranha, habitada por um povo selvagem, empedernido e feroz, ele nunca teria encontrado e ajudado Lamôni e a seu pai, e muitos lamanitas nunca poderiam ter aprendido sobre Jesus Cristo. Deus nos pediu que viajássemos, servíssemos em uma missão, aceitássemos chamados, convidássemos pessoas para vir à igreja, e que ajudássemos a quem necessitasse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário